3.1.11

Começar de novo...


Como o Dom de Deus espanta e surpreende, a cada momento. Como há sempre uma infinidade de sítios secretos, de lugares a descobrir. Dia após dia. E como o reconhecer e o renovar deste Mistério aquece o coração.Uma sucessão de páginas que conhecemos de cor, um olhar preso às imagens que a rotina impõe. A capacidade de se deixar maravilhar? Entorpecida, letárgica, arrumada.Um Mistério que se renova, todos os anos. A maravilha insondável do sim, da Entrega - segura, incondicional. A Espera – paciente, dedicada, sem limite. O Nascimento.
A Sagrada Família. O Baptismo.
E todo um ciclo que segue, ano após ano. Perante as Maravilhas, quantas vezes nos deixamos acomodar pelo facto de já conhecermos cada bocadinho da história, por já sabermos o final?Quantas vezes encaramos o sim de Maria como apenas mais uma parte da história? E como nos perdemos por entre as semanas de Espera, limitados pelo pulsar da contagem decrescente, e só a isso dando valor?

Quantas vezes olhamos para o Presépio com a curiosidade de criança, e nos maravilhamos com a simplicidade, com a transparência, com a absoluta serenidade do quadro?E quantas vezes deixamos que mais um ano comece, embalados por resoluções confusas, tomadas apenas para aplacar a sensação desconfortável de que é preciso melhorar? E durante quantos dias somos capazes de manter essas resoluções?

Um apelo a abrir os olhos, sobretudo os do coração, e assim viver este ano que começa.Um apelo a abrir as páginas sagradas, já tão familiares, e recomeçar. Deixar-se envolver, surpreender – com a avidez e curiosidade com que as crianças ouvem as histórias. Como se fosse a primeira vez.E descobrir como a novidade nunca se esgota realmente. Descobrir como a mensagem se renova. E sentir tudo de novo, de forma especial e irrepetível.


Ana Rita Neves Lima

2 comentários:

RETIRO do ÉDEN disse...

Vamos então caminhando e sempre Renovando em Cristo Jesus.
Abraço
Mer e família

Alfa & Ômega disse...

Vc tem toda razão: cada ano nova descoberta, embora parece ser sempre ano após ano a mesma coisa. Mas, sabemos, e como sabemos que cada um é cada um e novas descobertas aparecem para nos alegrar, nos inquietar e nos mudar. Abração!