24.12.11

Um Santo Natal!

A todos os que hoje passam por aqui recebam os votos de um Santo e Feliz Natal junto das pessoas que mais amam... Que esta noite seja quentinha e preenchida de bons sentimentos! :)

23.12.11

Fleur? :)

Tenho a honra de vos anunciar que ontem, pelas 21h, o espetáculo ALEGRÍA, do Cirque du Soleil, iniciou comigo e com o Fleur a dançar em pleno pavilhão Atlântico.



Fleur, nuestro guía en el mundo de Alegría, es poco fiable, espectral e imprevisible. Con su cetro de luz se pavonea de un sitio a otro siguiendo la corriente a las presuntuosas viejas que lo rodean. Puede parecer divertido y animado, pero el narigudo y jorobado Fleur es en realidad celoso, mezquino e irascible. Es un personaje corrupto hasta la médula pero va ataviado con una vistosa chaqueta de cochero de terciopelo rojo, un sombrero negro de ala y un chaleco de pedrería que apenas logra cubrir la grotesca protuberancia de su barriga.



É uma figura interessante que logo no início aparece com a banda para silenciar o público e me convidou de imediato para dançar... Lá me levantei e sorri... Dancei e ri... Foi um momento hilariante, com muitos olhares posados naquele foco que nos iluminava...



Olhei bem de perto aqueles olhos expressivos, reparei bem na pintura e nas expressões tão simples e cómicas que fazia...


Na minha timidez mas ao mesmo tempo com vontade de saltar para o palco e me revelar... Foi um belo início do espetáculo... o bastão em mãos confiantes e a dança em nome próprio!



ALEGRÍA fica na história! E neste tempo de Natal foi a alegria que reinou...

22.12.11

Falta pouco...

... para ver e sentir ALEGRIA ... :)

O Natal não calha nada bem este ano...

Nem todos os dias gosto ou me revejo... mas hoje gostei de ler e aqui partilho:






O Natal este ano não calha nada bem. Acabámos de trocar de Governo, ainda ignoramos o que pensar dos novos ministros e mal começou o abalo da troika. Estamos desanimados, medrosos, indignados. Se nem sequer sabemos para que lado é o fundo do túnel, como ver se lá há luz? A noite dificilmente poderia estar mais escura, os campos mas frios, a miséria mais palpável. Como ter cabeça para tratar do Natal?


Foi precisamente assim há dois mil anos. Na época as coisas estavam bem piores que hoje. Também havia imensas dificuldades, os impostos dos romanos eram enormes e a situação económica desastrosa. Nem havia lugares na hospedaria. As condições dificilmente podiam ser piores.


Mas as condições nada têm a ver com o Natal. O Natal é outra coisa: «Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. O anjo disse-lhes: “Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo”» (Lc 2, 9-10).


O mesmo anúncio é feito há dois mil anos, em tempos de paz e de guerra, em épocas de prosperidade e desgraça, em fases calmas e turbulentas. Há dois mil anos que o Natal calha sempre, e por isso calha nas situações mais variadas. Raramente calha bem. Mas o que interessa é que calhe.


O anúncio é sempre igual. A única diferença está na resposta. Sabemos o que aconteceu então: «os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém, para ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer”» (Lc 2, 15). Como será a nossa resposta este ano? Esta é a única dúvida que existe no Natal.


João César das Neves

18.12.11

(A)colher Advento


O frio tem-me tirado a vontade de digitar letras, palavras, frases, histórias... Mas o advento está a acabar e passo a passo chegamos perto da estrela que mais brilha!






(foto da baixa de Lisboa - Natal 2011)


Este tempo de preparação, como assim é chamado, este ano teve sabor agri-doce (será que já disse isto alguma vez aqui?)... O sabor da corrida dos dias, da falta de tempo, das crises que nos sufocam, as palavras que não foram ditas, os sorrisos que ficaram por dar torna tudo mais cinzento...

Mas o calor dos encontros e reencontros com que polvilhámos este tempo dão-nos a graça de vigiar, confiar, exultar, acolher nestas 4 semanas o Deus menino naqueles que são nossos amigos. Partilhámos momentos e alegrias, conversas e presentes (estarmos presentes foi o presente), ofereci presépios e chás de natal.

Acolhi palavras que me aproximaram do presépio, partilhas de quem espera um bebé como Maria há 2000 anos, velas solidárias que iluminam cidades, domingo de famílias, sorrisos de quem passa a vida a fazer sorrir...

Episódios que neste advento passaram a correr mas que aqui ficam eternizados e na minha memória encontram lugar. Porque afinal este tempo é para isso, uma conversão, uma nova versão de cada um...

Um tempo de paragem e de olhar para o lado... e saborear estes últimos dias que faltam para também eu, tu, nós... sermos presépio! :)

7.12.11

Foi duro ouvir...

Fim de tarde, já noite em Lisboa... O escuro do túnel do Metro envolvia cada carruagem bem preenchida no regresso a casa após mais um dia de trabalho...

Há gente de phones nos ouvidos, outros a passar os olhos por um jornal deixado no banco, alguns fingem não estar ali, outros suspiram por chegar ao fim da linha verde...

Ao longe na carruagem ouve-se uma voz sumida... Uma rapariga que não teria mais de 30 anos, envolta em roupas leves e de cachecol cor de laranja... As mãos eram magras, o rosto sumido por alguma dependência mais forte, as olheiras saltavam à vista e o cabelo rodopiava em cima da cabeça.


Percorria cada banco, levantava a blusa que trazia. Mostrava uma pequena barriga e dizia: "Estou grávida e tenho fome... se me puder ajudar..."





A frase ecoava por aquela carruagem, ecoou decerto nos ouvidos de todos... Muitas caras se viraram, a desconfiança pairava no ar e a tristeza no rosto da rapariga... Mães que iam no metro engoliam em seco, os homens olhavam com desprezo e ninguém foi capaz de lhe dizer ou dar nada...



E já na saída da carruagem a mesma rapariga grávida e toxicodependente virou-se para todos e dissem em voz bem alta: "E se eu fosse a Nossa Senhora que estivesse grávida, vocês ajudavam?"



Mais do que a situação ficou-me na memória o sorriso triste com que a rapariga tinha dito esta frase provocatória... Mas, neste advento, muitas são as vezes que me tenho lembrado dela... e de tantas na mesma situação!