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22.12.11

O Natal não calha nada bem este ano...

Nem todos os dias gosto ou me revejo... mas hoje gostei de ler e aqui partilho:






O Natal este ano não calha nada bem. Acabámos de trocar de Governo, ainda ignoramos o que pensar dos novos ministros e mal começou o abalo da troika. Estamos desanimados, medrosos, indignados. Se nem sequer sabemos para que lado é o fundo do túnel, como ver se lá há luz? A noite dificilmente poderia estar mais escura, os campos mas frios, a miséria mais palpável. Como ter cabeça para tratar do Natal?


Foi precisamente assim há dois mil anos. Na época as coisas estavam bem piores que hoje. Também havia imensas dificuldades, os impostos dos romanos eram enormes e a situação económica desastrosa. Nem havia lugares na hospedaria. As condições dificilmente podiam ser piores.


Mas as condições nada têm a ver com o Natal. O Natal é outra coisa: «Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. O anjo disse-lhes: “Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo”» (Lc 2, 9-10).


O mesmo anúncio é feito há dois mil anos, em tempos de paz e de guerra, em épocas de prosperidade e desgraça, em fases calmas e turbulentas. Há dois mil anos que o Natal calha sempre, e por isso calha nas situações mais variadas. Raramente calha bem. Mas o que interessa é que calhe.


O anúncio é sempre igual. A única diferença está na resposta. Sabemos o que aconteceu então: «os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém, para ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer”» (Lc 2, 15). Como será a nossa resposta este ano? Esta é a única dúvida que existe no Natal.


João César das Neves

18.12.11

(A)colher Advento


O frio tem-me tirado a vontade de digitar letras, palavras, frases, histórias... Mas o advento está a acabar e passo a passo chegamos perto da estrela que mais brilha!






(foto da baixa de Lisboa - Natal 2011)


Este tempo de preparação, como assim é chamado, este ano teve sabor agri-doce (será que já disse isto alguma vez aqui?)... O sabor da corrida dos dias, da falta de tempo, das crises que nos sufocam, as palavras que não foram ditas, os sorrisos que ficaram por dar torna tudo mais cinzento...

Mas o calor dos encontros e reencontros com que polvilhámos este tempo dão-nos a graça de vigiar, confiar, exultar, acolher nestas 4 semanas o Deus menino naqueles que são nossos amigos. Partilhámos momentos e alegrias, conversas e presentes (estarmos presentes foi o presente), ofereci presépios e chás de natal.

Acolhi palavras que me aproximaram do presépio, partilhas de quem espera um bebé como Maria há 2000 anos, velas solidárias que iluminam cidades, domingo de famílias, sorrisos de quem passa a vida a fazer sorrir...

Episódios que neste advento passaram a correr mas que aqui ficam eternizados e na minha memória encontram lugar. Porque afinal este tempo é para isso, uma conversão, uma nova versão de cada um...

Um tempo de paragem e de olhar para o lado... e saborear estes últimos dias que faltam para também eu, tu, nós... sermos presépio! :)

7.12.11

Foi duro ouvir...

Fim de tarde, já noite em Lisboa... O escuro do túnel do Metro envolvia cada carruagem bem preenchida no regresso a casa após mais um dia de trabalho...

Há gente de phones nos ouvidos, outros a passar os olhos por um jornal deixado no banco, alguns fingem não estar ali, outros suspiram por chegar ao fim da linha verde...

Ao longe na carruagem ouve-se uma voz sumida... Uma rapariga que não teria mais de 30 anos, envolta em roupas leves e de cachecol cor de laranja... As mãos eram magras, o rosto sumido por alguma dependência mais forte, as olheiras saltavam à vista e o cabelo rodopiava em cima da cabeça.


Percorria cada banco, levantava a blusa que trazia. Mostrava uma pequena barriga e dizia: "Estou grávida e tenho fome... se me puder ajudar..."





A frase ecoava por aquela carruagem, ecoou decerto nos ouvidos de todos... Muitas caras se viraram, a desconfiança pairava no ar e a tristeza no rosto da rapariga... Mães que iam no metro engoliam em seco, os homens olhavam com desprezo e ninguém foi capaz de lhe dizer ou dar nada...



E já na saída da carruagem a mesma rapariga grávida e toxicodependente virou-se para todos e dissem em voz bem alta: "E se eu fosse a Nossa Senhora que estivesse grávida, vocês ajudavam?"



Mais do que a situação ficou-me na memória o sorriso triste com que a rapariga tinha dito esta frase provocatória... Mas, neste advento, muitas são as vezes que me tenho lembrado dela... e de tantas na mesma situação!

15.12.09

Frio para aquecer...

É com as mãos e pés gelados que hoje escrevo... O frio assola Portugal e deixa-nos, em muitos locais, o já tradicional manto branco que tanto gostamos de ver (parece os postais não é?)... Esta vaga de frio faz lembrar os dias que rodeiam o Natal... muito frio lá fora... a família reunida, o quentinho da casa, o cheiro a doces, tudo se transforma em calor!


Faltam apenas alguns dias para que tudo se volte a repetir... e aqui é uma repetição no bom sentido, uma repetição de que tenho saudades a cada ano e que este ano sinto que vai ser mais quentinho!
Presépio em Aveiro 2009
Mas o essencial é o Menino que vem... É o Deus que se faz homem e renova mais uma vez a esperança em cada olhar e a alegria no mais simples dos sorrisos... Como sou uma pessoa que não pode estar parada (entenda-se...) aceitei mais um desafio e fui falar com (e para) jovens de uma paróquia longe da minha... Entre olhares desconfiados, sorrisos tímidos, diferenças encontradas, pedras transformadas a tarde do passado sábado não me sai da cabeça e fez-me bem... A minha caminhada de Advento precisava disto... dar-me! Ainda não tinha havido oportunidade e, dando o meu tempo e aquilo que sou, tentámos preparar o caminho para Aquele que vem. Um bjinho especial para o Sérgio e para o Pedro.

Às vezes é necessário sairmos da nossa envolvente natural e encontrar rostos desconhecidos para "nos encontrarmos", ganharmos forças novamente e esboçar o maior dos sorrisos no regresso a casa com o pôr-do-sol no horizonte e uma voz animada como fundo! :)

25.3.09

Já?

Daqui a nove meses é Natal... Já pensaram?

11.12.07

A época de tudo e todos...

www.tableless.com.br





Chegados a esta época especial que tanto puxa por nós, nos mais variados aspectos, resolvi deixar aqui um poema já conhecido mas que gosto sempre que o leio...



Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.

Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.


(Miguel Torga)

Voltarei mais vezes com este tema que, apesar de ser celebrado em Dezembro, deveria ser lembrado e relembrado todo o ano!